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Violet Jessop - A enfermeira que sobreviveu ao Titanic

A história da companhia inglesa White Star Line, fundada em 1850, foi marcada por grandes desastres. Os três barcos que formavam a classe Olympic de sua frota - Olympic, Titanic e o Britannic - tiveram um triste destino. No entanto, uma passageira muito especial testemunhou todos esses acidentes e escapou ilesa.



Violet Jessop nasceu em Buenos Aires em 1887. Seu pai era inglês e, depois de sua morte, a família Jessop decidiu viver na Inglaterra. A jovem começou então sua carreira como camareira de companhias marítimas e, um dia, foi contratada por uma das de maior prestigio, a White Star Line. Seu primeiro golpe de sorte em tragédias marítimas ocorreu em 20 de setembro de 1911, quando aconteceu o acidente entre o RMS Olympic e o navio de guerra HMS Hawke. O transatlântico no qual Violet viajava sofreu alguns danos, mas não teve nenhuma vítima.

Seis meses depois, o RMS Titanic, conhecido como “navio dos sonhos” se preparava para partir em viagem inaugural. Violet foi convidada para integrar a tripulação. Em 14 de abril de 1912, às 23h45, o gigantesco navio se chocaria com um iceberg naquele que seria um dos mais comentados e registrados acidentes marítimos de todos os tempos. Violet recebeu a ordem de entrar em um dos botes salva-vidas juntamente com outras camareiras a fim de demonstrar às outras passageiras que estavam seguras. Quando o bote 16, em que ela se encontrava, estava baixando, ela ainda teve tempo de receber um bebê de um dos oficiais, de quem cuidou por horas nas águas geladas até serem resgatados. Seu segundo golpe de sorte fez com que estivesse entre os pouco mais de 700 sobreviventes daquela noite fria e fatídica.

Em novembro de 1915, durante a Primeira Guerra Mundial, o HMHS Britannic foi adaptado para transportar tropas e atuar como navio-hospital. Apesar do acidente com o Titanic, Violet Jessop continuou a servir à companhia e se juntou à tripulação do Britannic como enfermeira da Cruz Vermelha Britânica. O transatlântico navegava pelo Canal de Kea no Mar Egeu, no dia 21 de novembro de 1916, quando, às 8h12, a explosão de uma mina submarina causou graves danos. Violet conseguiu novamente escapar a bordo de um bote salva-vidas, para outra vez contemplar de longe a imagem de um imenso transatlântico afundando nas profundezas do oceano, 55 minutos após a explosão.

Mesmo após passar por todas estas experiências, Violet seguiu atuando na indústria marítima até 1950, quando se aposentou, aos 63 anos de idade, com 42 anos de serviços prestados em alto mar. Mudou-se para uma casa de campo em Great Ashfield, no condado inglês de Suffolk e dedicou-se a cuidar de uma granja em terra firme. Em 5 de maio de 1971, faleceu aos 84 anos de idade.

Fonte: History