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Psicopatas - Parte 1

Psicopatia e/ou sociopatia (como também é conhecida) é a designação atribuída para um indivíduo portador de uma desordem de personalidade, caracterizada em parte por um comportamento antissocial, diminuição da capacidade de empatia/remorso e baixo controle comportamental ou, por outro, pela pertença de uma atitude de dominância desmedida.


Na Classificação Internacional de Doenças, este transtorno é denominado por Transtorno de Personalidade Dissocial (Código: F60.2). Na população em geral, as taxas dos transtornos de personalidade podem variar de 0,5% a 3%, subindo para 45-66% entre presidiários.


Transtorno de personalidade caracterizado pelo sentimento de desprezo por obrigações sociais ou falta de empatia para com os outros. Há um desvio considerável entre o comportamento e as normas sociais estabelecidas. O comportamento não é facilmente modificado pelas experiências adversas, inclusive pelas punições. Existe uma baixa tolerância à frustração e um baixo limiar de descarga da agressividade, inclusive da violência. Existe uma tendência a culpar os outros ou a fornecer racionalizações plausíveis para explicar um comportamento que leva o sujeito a entrar em conflito com a sociedade.

Embora popularmente a psicopatia seja conhecida como tal, ou como "sociopatia", cientificamente, a doença é denominada como sinônimo do diagnóstico do transtorno de personalidade antissocial.

A psicopatia parece estar relacionada a algumas importantes disfunções cerebrais, sendo importante considerar que um só único fator não é totalmente esclarecedor para causar o distúrbio; parece haver uma junção de componentes. Embora alguns indivíduos com psicopatia mais branda não tenham tido um histórico traumático, o transtorno - principalmente nos casos mais graves, tais como sádicos e assassinos em série - parece estar associado à mistura de três principais fatores: disfunções cerebrais/biológicas ou traumas neurológicos, predisposição genética e traumas sócio psicológicos na infância (ex, abuso emocional, sexual, físico, negligência, violência, conflitos e separação dos pais etc.). Todo indivíduo antissocial possui, no mínimo, um desses componentes no histórico de sua vida. Entretanto, nem toda pessoa que sofreu algum tipo de abuso ou perda na infância tornar-se-á um psicopata sem ter uma certa influência genética ou distúrbio cerebral; assim como é inadmissível afirmar que todo indivíduo com pré disposição genética se tornará psicopata apenas por essa característica. Portanto, a junção dos três fatores torna-se essencial; há de se considerar desde a genética, traumas psicológicos e disfunções no cérebro (especialmente no lobo frontal e sistema límbico).

O psicólogo português Armindo Freitas-Magalhães é o autor do projeto científico pioneiro "Psicopatia e Emoções em Portugal" (2010) com o objectivo de compreender os processos cerebrais envolvidos nas reações neuropsicofisiológicas da expressão facial da emoção, conhecer a razão pela qual o padrão de emocionalidade negativa é recorrente na psicopatia, se há diferenças de género e idade e procurar os motivos orgânicos e ambientais envolvidos e estabelecer um padrão que permita o tratamento e a profilaxia do crime. Para verificar e analisar o cérebro dos psicopatas e a relação correspondente à expressão facial, será utilizada a imagiologia de ressonância magnética funcional (fMRI), a psicometria neurofuncional e as plataformas informáticas que estimulam os sistemas cerebrais, particularmente o límbico.

De maneira geral, nos homens, o transtorno tende a ser mais evidente antes dos 15 anos de idade, e nas mulheres pode passar despercebido por muito tempo, principalmente porque as mulheres psicopatas parecem ser mais discretas e menos impulsivas que os homens, e por se tratar de um transtorno de personalidade, o distúrbio tem eclosão evidente no final da adolescência ou começo da idade adulta, por volta dos 18 anos e geralmente acompanha por toda a vida.

Diagnóstico DSM-IV-TR
Critérios diagnósticos pelo DSM-IV-TR para transtorno de personalidade antissocial (F60.2/301.7) :
·        A. Um padrão pervasivo de desrespeito e violação aos direitos dos outros, que ocorre desde os 15 anos, como indicado por pelo menos três dos seguintes critérios:
·         1.Fracasso em conformar-se às normas sociais com relação a comportamentos legais, indicado pela execução repetida de atos que constituem motivo de detenção;
·         2.Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro;
·         3.Irritabilidade e agressividade, indicadas por repetidas lutas corporais ou agressões físicas; porém, paradoxalmente, têm fama e geralmente agem de forma bem comportada.
·         4.Desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia;
·         5.Irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consistente ou honrar obrigações financeiras;
·         6.Ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido, maltratado ou roubado outra pessoa.
·         7. Comportamento sexual exacerbado e inadequado, via de regra com vários parceiros, sem nenhuma ligação afetiva;
·         8. Agressividade contra animais domésticos;
·         9. Desrespeito e desprezo por ambientes familiares;
·         B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade.
·         C. Existem evidências de Transtorno de Conduta com início antes dos 15 anos de idade.
·         D. A ocorrência do comportamento antissocial não se dá exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia ou Episódio Maníaco.
Vale dizer que, embora tecnicamente o psicopata seja sinônimo do transtorno de personalidade antissocial, nem sempre os psicopatas (principalmente os mais comuns) apresentam todos esses critérios. Pelo contrário, conseguem manipular e mentir tão bem, que não raro todo psiquiatra ou médico certamente já consultou um indivíduo psicopata sem identifica-lo.

História

Em obras francesas do século XX, o termo psicopata passou a ser utilizado como sinônimo de psicótico. Alguns estudos psicológicos mais recentes apontam para a controvérsia; segundo alguns autores, os indivíduos psicopatas são perversos, mesmo que os indícios nosológicos tenham tendência a mostrar que os chamados psicopatas possa ser personalidades psicóticas de tipo limítrofe (entre a neurose e a psicose).

Graus de psicopatia

O psicopata é difícil de ser identificado prontamente pois geralmente não demonstra todos os sintomas descritos (DSM) de uma vez só. Pode ser uma pessoa comum que convive diariamente com as demais. Quando cometem algum tipo de ato inaceitável ou violento, frequentemente as pessoas ao seu redor ficam surpresas e têm dificuldade em acreditar nesses relatos. Entretanto, em contraste com tais características, um ponto muito comum entre todos os psicopatas é o ambiente intra familiar marcado por diversos e extensos conflitos; todo psicopata tem um histórico de ambiente familiar conturbado, permeado por constantes discussões e brigas.

Psicopata comunitário ou de grau leve

A maioria dos indivíduos psicopatas correspondem a aqueles de grau leve, por isso, geralmente não satisfazem totalmente todos os critérios do DSM do transtorno de personalidade antissocial. Nesse grupo predominam as mulheres. São os indivíduos psicopatas mais comuns, tendem a exibir poucos critérios e são aqueles que dificilmente chegam a violência física extrema; entretanto, são as mais difíceis de serem diagnosticadas porque tendem a se passar despercebidas no ambiente social, caracterizando o indivíduo "psicopata comunitário". Geralmente, possuem inteligência acima da média, mas pessoas frias, racionais, mentirosas, não se importam com os sentimentos alheios e são pessoas ditas dissimuladas na sua intimidade: Escondem tais características a todo momento, de forma que pouquíssimas pessoas consigam perceber, são muito manipuladoras. Muitas vezes estão ao lado de todos e ninguém consegue perceber isto. Elas podem ser desde um(a) falso(a) colega oportunista que vive se fazendo de vítima, até trapaceiros(as), parasitas sociais, políticos, empresários(as) e religiosos(as). Esse psicopata raramente vai para a cadeia, mas quando esses indivíduos - por algum motivo ilícito - vão para a prisão, são tidos como presos "exemplares" pelo seu bom comportamento: são muito bem vistos(as), comportados(as), não arranjam confusões e dissimulam uma aparência de inocentes coitadinhos(as), a ponto que outros presos e seguranças não consigam acreditar que aquela pessoa tão calma pôde cometer alguma atrocidade. Exatamente por isso, enganam tão facilmente a todos, fazendo com que diminuam o tempo de pena na cadeia. Do ponto de vista infantil, esses indivíduos podem ou não ter traumas significantes que possam ter sido considerados agravantes do transtorno mas, de forma geral, tiveram uma educação aparentemente normal. Comumente foram crianças com grande charme superficial, encantavam facilmente adultos pela sua aparência de docilidade e espontaneidade, entretanto, já apresentavam traços de frieza, insensibilidade, e intolerância à frustração - que podem ser evidentes em condutas como maltratar coleguinhas, animais, mentir etc.

Psicopata antissocial ou de grau moderado a grave

Já o indivíduo psicopata de grau moderado a grave corresponde àqueles que satisfazem quase ou todos os critérios do DSM (Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais)do transtorno de personalidade antissocial e são os psicopatas deliberadamente antissociais. Esses psicopatas têm uma alta tendência a se enquadrarem por exemplo, na categoria serial killers. A maioria apresenta as mesmas características do psicopata comunitário, entretanto apresentam condutas extremas que os colocam contra à sociedade em geral fazendo com que sejam mais facilmente inseridos no meio carcerário. São menos frequentes, entretanto, uma vez que satisfazem quase ou todos os critérios para a personalidade antissocial, eles são aqueles que estão mais facilmente vulneráveis a delitos graves e chocantes. Eles geralmente são agressivos, impulsivos, frios, sádicos, mentirosos, não possuem empatia e são mais facilmente associados a psicopatas autores de grandes atos de violência física ou assassinos e serial killers, entretanto, escondem tais características de forma que socialmente são vistos como pessoas normais, cujos verdadeiros instintos ninguém é capaz de desconfiar. Os de grau moderado geralmente estão mais infiltrados no meio das drogas, álcool, jogo compulsivo, direção imprudente, vadiagem e promiscuidade e vandalismo, além de grandes golpes e graves estelionatos. Os que apresentam um grau muito grave, frequentemente são assassinos sádicos, ou seja, obtêm prazer ao ver o sofrimento de outra pessoa e são indivíduos excessivamente problemáticos, do ponto de vista emocional. Em contraste a essas características, de modo semelhante ao psicopata comunitário, podem apresentar-se como uma pessoa normal perante os outros e a sociedade, contudo, escondem uma personalidade muito mais sombria - esta ocasionalmente visível para familiares, por exemplo, onde o ambiente é marcado por discussões frequentes. Totalmente frios, sem remorso e ausentes de sentimentos carinhosos para com outros seres humanos, esses indivíduos não conseguem conter por muito tempo seus impulsos sádicos - embora saibam perfeitamente que seu comportamento é inapto e totalmente repudiado pela sociedade. É comum nessas pessoas, um histórico de doenças neuropsiquiátricas como depressão, déficit de atenção, transtornos de ansiedade ou outros distúrbios de personalidade, além de um persistente sentimento de vazio existencial e tédio, o que os faz buscarem constantes estímulos - inconstantes, enjoam de tudo facilmente, por isso sempre procuram algo novo e diferente para fazerem; mas possuem dificuldade em terminar o que começam. Na infância, esses indivíduos geralmente sofreram algum tipo de trauma significante o que pode ser considerado agravante da psicopatia. Normalmente foram crianças mais reservadas ou introvertidas, mas que, por vezes, apresentavam traços de transtorno de conduta.

Sintomas

Mesmo que não demonstrem socialmente, a característica principal da psicopatia é um forte traço narcisista enraizado na personalidade. São pessoas intimamente megalomaníacas (se acham superiores às outras pessoas), imprevisíveis, sem escrúpulos, excessivamente egoístas e egocêntricas. São charmosas e manipuladoras e podem dizer isso com o maior orgulho. Essa característica narcisista é mais acentuada do que os próprios portadores do transtorno de personalidade narcisista. Embora estes últimos com frequência demonstrem, de primeira, a todos o seu narcisismo, os psicopatas, a princípio nunca demonstram; entretanto, suas atitudes são típicas de alguém cujo "amor-próprio" é elevado. Podem ser pessoas excessivamente opiniáticas, autossuficientes ou vaidosas. Por isso, a principal característica de quem carrega o distúrbio consigo é ter os seus próprios interesses sempre em primeiro lugar, o tempo todo. Como são muito individualistas, essas pessoas precisam se sentir estimuladas todo o tempo, e não se importam com as pessoas que estão ao redor. Por isso são exageradas: comem demais, praticam sexo demais, dormem demais, folgam demais, não tem responsabilidade e quando trabalham, é só para conseguir dinheiro e poder. Mesmo assim, enjoam facilmente e tendem a abandonar o emprego por puro tédio e monotonia. São pessoas capazes de se integrar a qualquer grupo, mas não permanecem por muito tempo, devido ao seu egoísmo e por não aceitarem qualquer tipo de regras. Só o que elas querem é o que interessa. É só para elas, o outro só serve como meio para obter ou fazer uso delas. Aparentemente elas apresentam transtornos como impulsividade, teimosia, dificuldades em seguir regras, são geralmente questionadoras e não aceitam qualquer resposta como verdade, o que as torna rebeldes por natureza. É bom que se diga que a psicopatia não é uma doença mental, é um estado da mente de algumas pessoas que nascem assim e assim morrerão. Não existe nenhum tratamento totalmente eficaz, nem psiquiátrico nem medicamentoso para tratar da psicopatia.

Embora a psicopatia seja popularmente associada a pessoas violentas, com aparência insana - ou seja, facilmente identificáveis -, tal associação é comumente errônea, porque diferente do que as pessoas acreditam; psicopatas, em sua maioria, não são assassinos. Assim como nem todos os assassinos são psicopatas. Pelo contrário, foram identificadas na população mundial cerca de 4% (3% homens; 1% mulheres) de pessoas com esse distúrbio. No entanto diversos estudos recentes sugerem que a porcentagem para as mulheres possa ser maior que a dos homens devido a forma leve e discreta que o distúrbio se manifesta dificultando o diagnóstico, entretanto, dentre as 4% das pessoas no mundo apenas 1% dessas pessoas podem chegar a cometer assassinatos e delitos graves. Sendo assim, são muito difíceis de serem diagnosticadas e reconhecidas, pois são pessoas muito dissimuladas, com comportamento duplo (por ex, socialmente são vistas como "exemplares" comportadas, quando na realidade escondem um comportamento contrário: são verdadeiras "destruidoras").

Quase em todos os casos os criminosos seriais têm trabalhos efetivos e se comportam neles de forma responsável, podem ser pontuais e cumpridores, obtendo dos chefes o reconhecimento e boas referências. Alguns trabalham por conta própria, outros até têm um bom passado familiar e se dedicam a tarefas recreativas, hobbys, colecionam objetos artísticos, possuem refinados gostos culturais ou realizam ações de beneficência na comunidade, em atitude paradoxal com suas tendências delituosas.

Psicopatas normalmente vivem por ocultar suas intenções debaixo de uma aparência sedutora ou de amabilidade e cortesia. Mesmo aparentando um comportamento dócil e intenções de proteger certas pessoas, por trás disso, tal dissimulação esconde uma pessoa fria, calculista e falsa, caracterizando um indivíduo excessivamente manipulador. São cínicos e, apesar de fingir com maestria não conseguem amar no seu intimo, não conseguem manter um relacionamento leal e duradouro por anos, sobretudo por sua incapacidade de tolerar rotina e monotonia. Psicopatas dificilmente se apegam a alguém, detestam relacionamentos que invadam sua privacidade e intimidade, e quando os têm, não duram por muito tempo. Traem facilmente a fidelidade do parceiro, uma vez que não sentem empatia nem culpa.

A psicopatia é um transtorno mental sério que tem vários níveis de severidade. Estes níveis compreendem desde o grau leve, moderado e grave. A mulheres ditas psicopatas têm tendência a terem um grau leve e moderado, raramente são inclusas no grau grave. Este último é mais frequente nos homens o que por sua vez facilita o diagnóstico.

Uma característica muito comum em indivíduos com o transtorno é a intolerância a frustrações - este talvez o único motivo que os façam chorar de verdade -, o que frequentemente os faz adotarem comportamentos e ações extremas para conseguirem o que querem. Como são pessoas com ausência de emoções importantes, elas necessitam sempre de estímulos. Não admitem ser contrariadas, nem receberem um não de algo que elas realmente queiram. Elas "precisam" conseguir o que querem. Isso faz com que elas geralmente não desistam enquanto não conseguem algum objetivo que exclua o tédio de suas vidas; assim adotam atitudes extremas e/ou infantis, mas muito bem elaboradas: não importa o meio, o que realmente importa é o fim ("Os fins justificam os meios"). É por isso que, muitas vezes, comportamentos de assassinos seriais são totalmente vistos como sem lógica aos olhos de pessoas "comuns" por estas serem incapazes de compreender o verdadeiro mérito que levou a tal ato. Essa relutância em aceitar frustrações e a ideia insuportável de não conseguir o que querem, frequentemente as faz autoras de ações exageradas que uma pessoa normal comumente nem se quer pensaria na hipótese criminosa, tais como furtos, sequestros e, no extremo, assassinatos. É o caso da psicopata manipuladora que renegada por um homem, insiste na sedução e, após obter êxito, dirige-se as autoridades alegando tentativa de estupro por parte de seu parceiro e também vitima. Ou, ainda, o exemplo do assassino serial que após término de um relacionamento, passa a sequestrar e assassinar todas as mulheres com as mesmas características físicas da sua ex-namorada. Na realidade, são pessoas excessivamente rancorosas e vingativas. Provavelmente odeiam a sociedade porque um dia foram odiados por ela - ou ao menos imaginaram ser. Esses comportamentos, aos olhos de outras pessoas, são notavelmente sem lógica e motivo, entretanto, para o psicopata, nada o impede de passar por cima de outras pessoas para conseguirem o que querem. A frieza excessiva aliada ao sadismo, por vezes, as fazem cometerem tais crimes hediondos, muitas vezes com pitadas de rancor e vingança, o que as traz literalmente grande diversão. Elas nunca hesitarão em derrubar, trapacear, para conseguirem algo com isso (muitas vezes por puro prazer). O que para uma pessoa saudável é totalmente inadmissível; para uma pessoa psicopata, o que, de fato, importa é o seu objetivo, e não o meio que ela irá usar para conseguir isto.


Psicopatas são pessoas que vivem a oscilar entre um comportamento dominador e ao mesmo tempo um comportamento onde são as pobres vítimas. São excessivamente manipuladores e controladores. O lema de uma pessoa psicopata é sempre "controlar para não ser controlada". Pessoas assim, não se importam verdadeiramente com os sentimentos alheios sendo que suas ações insensíveis geralmente são destinadas para o proveito próprio (como a riqueza material) ou até mesmo por pura diversão de ver os outros sofrerem.

As pessoas psicopatas que aplicam golpes a fim de obterem algum ganho material com isto, geralmente são psicopatas de grau leve a moderado, consideradas psicopatas comunitárias. Enquanto isso, aqueles que cometem alguma violência física cruel sem nenhum motivo lógico ou por puro prazer de ver o sofrimento alheio, são tidas como psicopatas de grau mais grave e, geralmente, são naturalmente sádicas - totalmente insensíveis, se divertem com o sofrimento alheio.

Essas pessoas, dependendo do grau da psicopatia, deixam marcas por onde passam, desde marcas sentimentais a marcas financeiras. Elas são literalmente antissociais no sentido de não seguir regras sociais tidas como normais, fingem amar tudo e todos, mas na prática parecem não se importar, são hostis à sociedade, demonstrando uma conduta que lhes trazem conflitos frequentes com o meio em que vivem. Podem ser contrárias às regras, rebeldes, não temem castigos na infância, afrontam os pais e irmãos, mas não os amigos, são agressivas na intimidade e apresentam um comportamento em que suas ações são destinadas a desafiar às pessoas em sua volta, mesmo negando, por isso são frequentemente irritantes e pouco toleráveis. Psicopatas não são capazes de manterem um vínculo afetivo por muito tempo e muito menos se apegar emocionalmente a alguém, apesar de simularem tal condição com perfeição. São pessoas egoístas, insensíveis, frias e que buscam apenas prazer, embora possam fingir o contrário quando acham necessário. Elas podem sentir frustração, rancor, ódio, inveja e outra qualquer emoção negativa, entretanto, é comum esquecerem dos sentimentos positivos (ternura, carinho, consideração, altruísmo etc.), não ao menos com as outras pessoas. São capazes de amar, mas não amam da mesma forma que as outras pessoas; na realidade, o que predomina nas pessoas sociopatas é um grande sentimento de posse - este frequentemente exibido.
Psicopatas são pessoas inteligentes, facilmente se disfarçam de ingênuas, santas ou inocentes para conseguirem o que querem. Essas pessoas têm uma grande habilidade em adquirir simpatia e carisma das pessoas por quais se interessam e, por isso, induzem com rapidez os outros a fazerem coisas que na realidade "não" tinham intenção. São árduas manipuladores. São chantagistas, por vezes, mudam totalmente de um mau comportamento para uma conduta exemplar, a fim de disfarçar sua índole e conseguirem o que querem. Elas podem usar da mentira mas não admitem que esta mesma seja usada para com elas. O lema é "eu posso fazer, mas você não". Além disso, uma característica típica que as diferencia de pessoas mentirosas que mentem para receber atenção ou admiração, é que a mentira das psicopatas é dificilmente descoberta. São tão calculistas que conseguem mentir olhando nos olhos, chorando para obter credulidade como vitimas, sem remorso ou arrependimento, e suas mentiras raramente são descobertas porque são muito bem planejadas. São pessoas muito preocupadas consigo próprias, irresponsáveis e imediatistas. Tais características geralmente são muito mais atribuídas as mulheres psicopatas do que aos homens. Entretanto, esses detalhes também se assemelham nos homens psicopatas.

Emoções superficiais e teatralidade

Sociopatas em geral têm emoções rasas, podendo demonstrar amizade e consideração facilmente para conseguirem conquistar a confiança de determinadas pessoas, contudo, tais emoções são superficiais e breves porque não são verdadeiras.

As pessoas psicopatas não tem sentimentos sólidos para com outras pessoas; entretanto, parece que desde criança - apesar desse vazio sentimental - eles conseguem "imitar" as emoções das outras pessoas (embora não as sintam de verdade) a fim de conseguirem um ideal. Por exemplo, elas podem não sentir altruísmo, entretanto, aprendem a imitar esse altruísmo, usando-o para algum benefício. Por isso, suas emoções podem ser passageiras, porque apenas copiam as emoções, mas não as têm. Por exemplo, uma psicopata pode mostrar-se excessivamente triste porque magoou um colega, entretanto, em pouco tempo tal emoção parece subitamente desaparecer, como se nada tivesse acontecido. Assim são suas emoções, geralmente aparecem e desaparecem de forma súbita.

Sua vida inteira é vivida de forma teatral e dramática, onde a pessoa psicopata é sempre a "vítima" ou "coitadinha" e os outros são os vilões maldosos, que merecem punição. Elas tentam sempre a convencer suas vítimas de que elas próprias estão tendo algum tipo de sofrimento, perseguição, assim, acarretam na outra pessoa um sentimento de comoção, dó ou pena - uma das principais armas dos psicopatas. São também irresponsáveis: tendem a fugir de suas responsabilidades profissionais e a característica mais marcante é jogar a culpa em outras pessoas, por isso fazem de tudo para convencer as pessoas acreditarem de que toda a culpa do universo é do outro e não de si mesmo. Essa irresponsabilidade ainda é notada quando marcam um compromisso e, sem mais nem menos, cancelam em última hora, sem se importar com suas consequências para outras pessoas. Psicopatas têm imensas habilidades em inverter os papéis das situações, onde uma pessoa é apontada como vilão e elas as vítimas. Um bom critério para identificar vilão e vítima é observar o passado dos indivíduos envolvidos. O psicopata possui histórico recorrente de problemas de relacionamentos passados, enquanto a verdadeira vítima, na maioria dos casos possui problemas apenas com o psicopata.

Frieza e ausência de sentimentos

Apesar de não demonstrar, psicopatas são pessoas insensíveis, frias e com ausência de sentimentos genuínos para com outras pessoas. Elas parecem não sentir emoções calorosas entre os humanos, tais como o amor, compaixão e altruísmo. São intimamente pessoas frias, que não sentem amor, carinho e ternura, às vezes até mesmo com pessoas próximas, tais como familiares. Por mais que algumas pessoas acreditem inocentemente que um dia o psicopata poderá sentir algum tipo de sentimento altruísta, lamentavelmente ainda não se pode afirmar hipóteses do gênero. São pessoas que sempre priorizam seus interesses sem nenhum tipo de sentimento verdadeiramente solidário para com os outros, apenas para si mesmo. Não amam, não sentem dó, não são humildes, nem generosos, muito menos carinhosos e afáveis. Esses indivíduos não sentem afeto verdadeiro por outros seres humanos; portanto, jamais sentirão do mesmo modo que pessoas "normais" sentem. Talvez nunca tenham sentido, contudo, aprenderam a imitá-las. Aprenderam a imitar a forma como duas pessoas se amam, se compreendem. Aprenderam a imitar o altruísmo, o carinho e a generosidade ao observarem e copiarem tais demonstrações vindas de outras pessoas, mas nunca advindas de si próprio. Por isso, demonstram superficialmente seus sentimentos e emoções, pois na realidade não passam cópias e imitações de sentimentos. Quando demonstram sentimentos bons é mais uma forma de manipular para conseguir algo com isso. Raramente dizem "eu te amo", ou então, mais frequentemente, quando dizem, fazem para disfarce. Dizem que amam, mas suas ações e comportamentos verdadeiros demonstram o contrário. Na realidade, elas frequentemente tratam as pessoas como "coisas" ou "objetos" a fim de obter algo vantajoso para si. Exatamente por isso, a pessoa sociopata oscila entre períodos em que causa sofrimento às pessoas, e períodos em que demonstra muito afeto e consideração. Quando uma pessoas sociopata realiza um ato solidário impera a hipocrisia. Ou esta disfarçando ou certamente esta cedendo para obter algo mais vantajoso para si mesma.

Psicopatas são pessoas, acima de tudo, frias e insensíveis. Frias emocionalmente de tal forma que nada as faz se comoverem por algum tipo de dor ou sofrimento alheio. Via de regra, não demonstram qualquer tipo de afeto, amor ou carinho por outra pessoa, inclusive seus próprios familiares. Só o demonstram para conseguir algo. Não vão se importar se feriram ou não alguém, muito menos vão se chocar por algum acontecimento doloroso a outrem. Pelo contrário. Podem ver, ouvir e até mesmo cometer inúmeras violências sentimentais ou físicas sem ter a capacidade de sentir algum tipo de emoção com isso; qualquer tipo de sofrimento para outra pessoa, para eles, é simplesmente "desprezível". É exatamente por esta razão que muitos psicopatas assassinos são popularmente descritos como "sangue frio", sem emoção. Compaixão, dó, pena e altruísmo são palavras totalmente ausentes na área emocional do psicopata. Do ponto de vista emocional, nada os choca, nada os faz chorar verdadeiramente por dó, tristeza ou compaixão em ver uma outra pessoa sofrer, seja da pior forma possível. É o caso do indivíduo que perde um irmão e apenas diz calmamente "que pena" e, pouco tempo depois, volta a fazer o que estava a fazer antes. São pessoas excessivamente insensíveis.

Nota-se nessas pessoas uma falta de sentimentos considerados receosos, tais como o medo, nojo e remorso. Na maioria das pessoas, essas emoções quando são confrontadas têm por definição impedir um aproximamento daquilo que causa o receio, ou se arrepender de alguma ação feita. No caso dos psicopatas, eles parecem sentir pouco, ou até mesmo serem ausentes de tais emoções. Consequentemente, o medo, pânico e remorso são pouco sentidos, ou inexistentes em psicopatas. Via de regra, o psicopata de grau leve é capaz de sentir emoções receosas, entretanto, o psicopata considerado grave frequentemente é completamente ausente dessas emoções. O indivíduo antissocial também não teme porque não tem as emoções normais de um ser humano. Diante, por exemplo, questões ilegais em que estão envolvidos, eles assistem tais processos de forma indiferente, como se não estivessem envolvidos. Em geral, a impulsividade em busca de novos estímulos somada à ausência do medo e do remorso, os levam ao exibicionismo e a cometerem atitudes antissociais.

O psicopata é visivelmente uma pessoa com uma grande falta de empatia, por isso apresenta um estilo de interação sadomasoquista. Geralmente ela é a que induz ao sofrimento, e o outro é o que recebe o sofrimento, embora o contrário também possa acontecer, pois o psicopata da mesma forma que não se preocupa com os outros, também não se preocupa muito consigo mesmo. É importante notar que, sendo uma das principais características da psicopatia, apesar disso tudo, o psicopata raramente demonstra sentir remorso ou culpa pelo o que faz. São pessoas que não sentem culpa ou sentem muito pouco, o que não faz com que impeçam-nos a evitar atitudes que causem sofrimento. Após cometer sofrimento a outras pessoas, eles podem se mostrar indiferentes, poucos preocupados com o ocorrido, ou então até rirem ou se orgulharem disto. Em alguns casos, teatralizam o arrependimento e o sentimento de remorso, chorando e alegando sentir culpa, entretanto, isso não passa de mero drama que subitamente desaparece após algum tempo.

Muito mais razão que emoção

Sociopatas, via de regra, são pessoas que tendem a racionalidade exaltando sua emotividade. Pessoas assim, não conseguem experimentar - não, ao menos, da mesma forma que as pessoas "normais" - sentimentos como amor, carinho e afabilidade, por isso em seu intimo são distantes emocionalmente nas suas relações. Apesar de serem muito impulsivas - tomam decisões ao sabor do momento; quando querem algo, não conseguem dizer "não" a si próprio; não pensam nas consequências das suas ações, são pessoas muito levadas pela sua própria razão acreditando agir por emoção. Por terem um cérebro muito mais racional que emocional, elas não se comovem facilmente. Não se comovem com a dor e sentimento alheio, mas fingem comoção e tendem a planejar tudo de forma fria e calculista. Intuição como amor a filiação e fé são formas de fingimento para esses indivíduos, por isso, não raramente são pessoas céticas, desapegadas a coisas não-materiais. Porém existem os indivíduos capazes de fingir com maestria comportamentos tidos como exemplo de ética social, são capazes de fingir crenças, fé e determinados hábitos para se infiltrarem em grupos sociais ou religiosos a fim de ocultar sua verdadeira personalidade. Principalmente em aspectos religiosos. Os psicopatas estudam as crenças dos grupos que se aproximam e são capazes de citar passagens e mandamentos bíblicos em público fingindo crer nas palavras replicadas, mas sempre a fim de fingir ser uma boa pessoa para conquistar a confiança dos seus próximos. Não de forma incomum são capazes de utilizar e distorcer palavras em nome de uma crença religiosa para justificar seus atos ou manipular outros fiéis a realizarem o que desejam.

Quando detectam que outras pessoas começam a notar seus desvios de personalidade são extremamente hábeis em fingir comportamentos exemplares, alterando e adaptando seus desvios de conduta para que não sejam descobertos. Ao notarem que sua personalidade foi descoberta é comum que saiam de cena, mudem de residência e procurem estabelecer novos vínculos sociais com pessoas distantes que desconheçam seu comportamento patológico, mantendo pouco ou nenhum vínculo com seu passado. Se atém a coisas simplórias e momentâneas da vida. O que querem está em constante mudança. A satisfação interior lhes é inacessível. Por isso, a necessidade exacerbada de estímulos sensoriais, uma vez que, sua ideia de prazer parte de fatores externos. Carecem de amadurecimento interno, levando a uma baixa valorização daquilo que se é conquistado.

Como são pessoas que fazem o possível e o impossível para realizar seus desejos, nem que para isso tenha que mentir, manipular, furtar ou até mesmo apelar para atos de violência, quando questionadas sob tais comportamentos, elas tendem a falar racionalmente, não emocionalmente, uma vez que são indivíduos que não conseguem sentir emoções verdadeiras. Em suas justificativas são teatrais, caso julguem necessário utilizam o choro e narram os acontecimentos colocando-se no papel de vítima. Essa sua principal característica.

Atualmente, através de inúmeras pesquisas neuropsiquiátricas, o psicopata é visto - através de ressonância magnética, por exemplo - como um indivíduo muito mais racional que emocional. Isso porque os especialistas concluem que o cérebro desses indivíduos responde de forma diferente da maioria das pessoas consideradas "normais". Por exemplo, os psicopatas têm pouca pena ou culpa, duas emoções essenciais para a cooperação social. Por outro lado, seus cérebros ativam mais intensamente os circuitos cerebrais relacionados ao raciocínio lógico e o desejo de vingança. Essas alterações nas áreas das emoções fazem com que sejam inteligentes, perigosos, irritadiços, agressivos, estabeleçam relações amorosas conturbadas, mintam e manipulem com facilidade, não sintam empatia, e muito menos se arrependam por tudo isso.

É comum, entre psicopatas, uma explicação racional a respeito do que é certo ou errado, entretanto, por mais que saibam isso, eles não conseguem sentir tais sentimentos de certo e errado. E é exatamente isto que faria com que muitos evitassem cometer crueldades; pois eles pensam e sabem do errado, mas não conseguem senti-lo. É esse sentir que faria com que o meio emocional (ex.: pena) interviesse em seus atos. Um assassino sádico até sabe que o que está a fazer é errado; entretanto, por ter um cérebro essencialmente racional, seu emocional é tão prejudicado que não consegue fazer com que suas emoções o impeçam de cometer um assassinato cruel. É também por isso que possuem uma personalidade naturalmente dissimulada. Eles nunca vão demonstrar à sociedade, descaradamente, como são, de fato. Eles sabem que seu comportamento e sua personalidade são inadmissíveis e vistos como macabros aos olhos de todos. Sabem perfeitamente que possuem ideias, atitudes e comportamentos errados. Por isso, buscam mostrar às pessoas a todo instante uma outra personalidade: uma superficial que é exibida a todos de forma "certa", mostrada de um jeito pelo qual todos aceitam, enquanto escondem sua verdadeira índole, porque sabem que não serão tolerados se exibirem sua face real. Sabem do errado, porém, não são capazes de evitar o errado.

Encanto superficial e sedução

Nem todas as pessoas psicopatas são encantadoras ou sedutoras, mas uma boa parte dessas pessoas apesar de serem contra todos que se opõe aos seus interesses, à primeira vista podem demonstrar grande simpatia e encanto com os outros. É geralmente assim que elas conseguem se aproximar de quem as interessa, sem fazê-las desconfiar de que possuem outras intenções. Pessoas que utilizam do encanto ou sedução para conquistarem outras causas são denominadas manipuladoras. Indivíduos psicopatas são árduos manipuladores; facilmente conseguem influenciar as outras pessoas porque possuem ótima lábia, estupendo conhecimento e fingem respeito e admiração por aquilo que o outro gostará de ouvir ou ver. Especialmente as mulheres psicopatas possuem grande habilidade na sedução utilizando-se da exposição corporal, gestos, olhares, movimentos sensuais e contato físico realizado unicamente com o intuito de atrair vitimas que tenham algo do seu desejo. Nota-se que tais atos costumam ser seguidos de insinuações de sucesso sexual. O sexo é usado como moeda de troca. Os interesses do parceiro(a) serão atendidos desde que seus interesses também sejam atendidos. É diferente de situações onde predomina o prazer livre de interesses motivado por amor ou paixão. É adequado notar também que, apesar de serem persuasivas, são pessoas céticas e desconfiadas que dificilmente são influenciadas ou seduzidas. Elas são sempre as influenciadoras, mas raramente são as influenciadas, portanto fingem estarem apaixonadas para que suas vítimas não percebam suas verdadeiras intenções.

De maneira geral, a pessoa psicopata na maioria das vezes pode ser simpática, engraçada, interessante e sedutora socialmente a fim de conseguir a simpatia das outras pessoas por quais se interessam.

Dependendo da vítima, na maioria das vezes, o sociopata pode usar-se da sedução, especialmente se for uma mulher psicopata que, por exemplo, pode seduzir um homem mais facilmente e depois obter o que dele a interessa. Nesses casos, muitas psicopatas podem assemelhar-se aos os portadores do transtorno de personalidade histriônica, por exibirem uma aparência física atraente e/ou comportamento sedutor.

Indivíduos com personalidade antissocial não se importam em passar por cima de tudo e todos para alcançar seus objetivos. Manipulam facilmente as pessoas, mentem e enganam e não se importam com isso. Ao mesmo tempo, a todo instante buscam exibir aparência nada sugestionável de psicopatia: podem ser simpáticos, educados e comportados, entretanto, diante da menor contrariedade ou ameaça, se tornam irritáveis. Esta característica muitas vezes é disfarçada socialmente, entretanto, é comumente percebida no ambiente intrafamiliar. Podem ser tidos como explosivos, agressivos ou estressados, entrando facilmente em discussões e brigas com a família, principalmente seus pais na época da adolescência. Sendo assim, não se importam em terem ferido emocionalmente (ou fisicamente) seus familiares, nem consideram pedir desculpas sinceras; agem como se nada tivesse acontecido, porém se questionados sobre sua ausência de remorso, podem desculpar-se e agir a fim de ludibriar e enganar a quem os observa. Quando isso ocorre e resolvem reconhecer seu comportamento agressivo, mais uma vez, tudo não passa de dissimulação. São pessoas peritas em inversão de papéis: seu ato teatral é sempre baseado em vítima e vilão, em que, obviamente, a vítima é sempre ela. Vivem a fazer papel de vítima ou coitadinhas, invertendo os papéis em que as outras pessoas são sempre as vilãs. Eles geralmente culpam ou acusam seus familiares ou parceiros por seu comportamento agressivo (por ex, em uma discussão sempre dizem que foi fulano que começou, nunca ela), nunca admitem um erro intimamente, querem ter sempre a razão de tudo e tentam fazer o possível para com que o outro se sinta o culpado. De uma forma ou de outra, esses indivíduos têm notáveis tendências em estimular sentimentos de dó, compaixão e pena nas outras pessoas. Como é perceptível, a maioria dos psicopatas não mata, mas é capaz, porém, de arrebentar facilmente com o emocional e até mesmo o financeiro das pessoas com que se relaciona.


Em contraste, com outros indivíduos, são pessoas apaixonáveis e encantadoras. Conquistam e seduzem facilmente as pessoas por quais obtêm interesse, tanto que raramente os outros desconfiam de estar se relacionando com uma pessoa antissocial que não segue regras da sociedade, pois muitos psicopatas camuflam tal comportamento sob uma aparência "angelical". Isso faz com que frequentemente despertem nas outras pessoas, pensamentos como "É impossível fulano(a) estar fazendo isso, ele(a) não é uma pessoa ruim, com essa cara de anjinho(a)", ou ainda "Não consigo acreditar como fulano(a) foi capaz de enganar tanta gente, ele(a) sempre foi tão comportado(a), um amor de pessoa!" por exemplo. Muitas vezes, quando os familiares relatam para conhecidos, os comportamentos anormais de seus filhos, as outras pessoas têm uma imagem anteriormente tão boa e ingênua do indivíduo, que ficam perplexas e não conseguem acreditar em tais relatos. Isso quando não ocorre dos próprios pais não perceberem que seus filhos são portadores desse transtorno. E naturalmente é dessa confiança que psicopatas precisam para se aproveitar. Os maiores enganados por psicopatas costumam ser seus cônjuges, familiares e amigos próximos desprovidos de maior capacidade de observação comportamental seduzidos por algum comportamento exemplar que o psicopata tenha realizado.